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domingo, 11 de janeiro de 2009

Crônicas Portuguesas

I - Moinhos

Esses moinhos de vento,
qual bandeiras a agitar;
a arar os ricos ares
de aquém e d'além mar.
Nem de longe semelham
os mastros a tremular,
junto às costas dos brasis,
com seu brasão armilar.
No cimo dos montes, moem
os volts que hão de torrar
milhões de euros carrascos
a esta terra a castigar:
deram-te estatuto europeu,
mas não te fizeste par.

II - Castelo de São Jorge

O eléctrico leva ao castelo
a fantasia da dominação
no jogo do banco imobiliário
entre mouros, judeus e cristãos.
Mas todos os pisos foram tomados
pela rota banca internacional
que, no jogo de azar de Wall Street,
reside o poder sobre o bem e o mal.
E embora seja grande o Tejo
Nova York arrematou todo o mar.
Nem São Jorge, com lança e dragão
arranham o império militar.
Restam aos miradores de Lisboa
saudades dos Templários de Tomar.

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