"Educação financeira visa adquirir bons
hábitos financeiros."
Tem se falado muito em educação financeira nos
últimos anos. Na mídia, nas empresas, nas escolas. O assunto inseriu-se no
cotidiano das pessoas de maneira definitiva. Basta acompanhar noticiários,
folhear boas revistas e jornais e lá está ela, a educação financeira colocada
sob diferentes enfoques. Isso é animador!
Mas
nem todos têm clareza do real significado de “educação financeira”. Até mesmo
formas com que certas empresas, jornalistas e profissionais abordam o assunto
contribuem para aumentar a confusão. Há quem pense que está relacionada a
aprender a investir em ações, ou estudar o mercado financeiro, ou a economizar
e deixar de gastar com supérfluos ou simplesmente fazer controle detalhado das
finanças para manter-se afastado de dívidas.
Um
pouco disso até faz sentido, mas não é essa a essência. Há quem confunda até
com o ensino de matemática financeira. Aí a distância é enorme. Educação
financeira é mais ampla do que tudo isso junto. E mais simples. Mas, se não for
apresentada de maneira simplificada o bastante para sensibilizar e orientar,
inclusive donas de casa e aposentados distantes do mercado financeiro, crianças
e adolescentes, gentes de todas as classes sociais e de diferentes níveis
econômicos e culturais, então não estará cumprindo seu papel.
Educação
deve ser inclusiva. Principalmente a educação financeira.
Os
princípios da educação financeira visam ajudar a adquirir bons hábitos financeiros
para que as pessoas possam conquistar melhores condições de vida, sejam elas de
famílias de baixa renda ou das classes mais privilegiadas. O foco não deve ser
na busca de conhecimentos nem na perseguição de riquezas, mas na melhoria de
atitudes e posturas que ajudem a fazer o dinheiro render mais, para que
proporcione mais tranquilidade, mais segurança, mais conforto e mais prazer.
Atitudes
simples como pesquisar preços, pedir descontos, comparar produtos e serviços,
pagar à vista, controlar despesas, evitar desperdícios e dívidas, conhecer os
direitos do consumidor, pensar no futuro, manter reservas financeiras para
emergências ou oportunidades, fazer investimentos compatíveis com os sonhos,
preservar bens e buscar a valorização do patrimônio, evitar compras por
impulso, antecipar-se às armadilhas do comércio, resistir às tentações do
crédito fácil, exigir nota fiscal, informar-se sobre condições contratuais,
sobre prestadores de serviços, guardar termos de garantia, ser previdente, são
atitudes simples que, quando adotadas por rotina, podem resultar em economias e
ganhos financeiros relevantes. Atitudes como essas são reflexos da verdadeira
educação financeira.
Além
disso, podemos citar como bons exemplos o hábito de manter orçamento pessoal e
doméstico, tendo como mínimo o controle sobre receitas e despesas, o de
conferir extratos e demonstrativos bancários e de cartões de crédito, de fazer
listas de compras, a leitura prévia de contratos, a valorização da ética nas
questões financeiras, a diversificação dos investimentos, a busca pelas boas
informações e a prática de falar sobre questões financeiras em família.
Por
tudo isso, educação financeira deve ser vista como um conjunto de hábitos
financeiros saudáveis que contribuam para melhorar a situação, o proveito e as
perspectivas financeiras das pessoas.
O
consumo consciente e responsável ajuda a proporcionar prazeres no presente e a
viabilizar a segurança financeira para o futuro. Saber dosar adequadamente o
quanto deve ser gasto no consumo diário e o quanto deve ser poupado e investido
em previdência, proporcionando equilíbrio a essas duas necessidades, é uma das
maiores provas de educação financeira que uma pessoa pode dar a si mesma.
Álvaro Modernell é membro do
Instituto Casa de Autores, especialista em educação financeira, palestrante,
autor de vários livros, projetos, cartilhas e artigos sobre educação
financeira, além de sócio fundador da Mais Ativos Educação Financeira,
referência nacional na área.
Contatos: alvaro.modernell@gmail.com
(61) 8161-0000 www.maisativos.com.br
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