Esse
momento em que vivemos é de valorização da literatura de cordel, não só pelo
meio acadêmico, mas também porque estão se abrindo vários espaços e iniciativas
para discussão e divulgação dessa arte. Muitas escolas, por exemplo, estão
descobrindo maneiras deliciosas e divertidas de utilizar o cordel em sala de
aula.
Existem
muitos desafios na literatura de cordel. Um deles, por exemplo, é a mulher
conquistar o seu espaço enquanto cordelista.
O
termo literatura de cordel é amplamente aceito. Porém, existe uma polêmica com o
termo cordel porque o nome dessa literatura vem de Portugal, onde os folhetos
eram expostos em barbantes ou cordões, daí cordel. Aqui no Brasil não
necessariamente os cordéis são vendidos assim. Mas quando se fala literatura de
cordel se entende uma poesia com forma própria de escrita e particularidades de
métrica cuja forma mais clássica é a sextilha. Para escrever cordel, além de
ser divertido, a gente quebra um pouco a cabeça. Escrever cordel significa
respeitar as métricas da rima e ter uma boa oração, quer dizer, ter um conteúdo
que traga reflexões.
A
literatura de cordel pode ser considerada um meio de comunicação de massas
surgido na Europa e trazido para nós pelos portugueses. Essa literatura foi
muito importante no Brasil como veículo de comunicação antes do surgimento do
rádio.
O
cordel é considerado uma literatura nordestina porque foi lá que nasceu e se
desenvolveu. Mas hoje pode ser considerada uma manifestação literária brasileira,
pois já se espalhou por todo o Brasil.
No
Brasil, uma particularidade que acontece no cordel é o casamento entre cordel e
xilogravura, que seria uma gravura artesanal que se faz talhando a madeira.
A
literatura de cordel apresenta, também, um estreito relacionamento com a
cantoria. No início da publicação da literatura de cordel no país e até hoje,
muitos autores de folhetos são também cantadores, repentistas que improvisam
versos ao som de suas violas.
Clara Rosa Cruz Gomes
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