Tem, sim. No Brasil tem um dia dedicado ao livro infantil.
Procuro entender por que apenas um dia para se comemorar o livro
infantil e começo a me dar conta de que nessa data planta-se mais uma semente, emite-se
mais um alerta para que o livro infantil faça parte da vida das crianças, a tal
ponto que ele se transforme num objeto de desejo. Por quê? Porque cheguei à
conclusão de que uma data tem uma força incrível. Ela se esgueira da poeira do
cotidiano e reina soberana, ainda que por um dia.
Especificamente em relação ao Dia Nacional do Livro Infantil, percebo
que tudo assume uma dimensão maior: nesse dia, organizam-se eventos literários
e o livro, altaneiro, todo ancho, reina com tamanha glória que deixará sua
imagem majestática povoando cabecinhas por mais um ano.
Apesar das dificuldades com a disseminação da leitura, apesar dos
atrativos das novas tecnologias, o livro é e sempre será um instrumento
poderosíssimo para a construção do letramento literário, da cidadania, da
inclusão social. E o nosso país avança na oportunização da leitura, sobretudo
no ensino fundamental 1, quando as crianças familiarizam-se cada vez mais com o
livro infantil.
Além do aspecto formal da finalidade da leitura, um outro surge como
fator preponderante: a fantasia. Quem nunca captou nos olhos ansiosos das
crianças o brilho da curiosidade pela aventura; o deslumbramento pela
descoberta; a surpresa pelo encontro com os personagens que desfilam nas tramas
das histórias; o encantamento com a riqueza das ilustrações; as lembrança com as
viagens extraordinárias ao país do faz de conta?
A leitura literária é o alimento primeiro da imaginação, da fantasia, degraus
que levam à reconstrução dos saberes e ao conhecimento de mundo.
Mas como fazer com que nossas crianças leiam? Só há uma fórmula: lendo! Nós,
pais, professores, mediadores de leitura, todos num esforço conjunto
conseguiremos dar às nossas crianças as oportunidades de se tornarem leitores
que leem porque gostam, porque foram seduzidos pela leitura.
Para esse dia, cito o escritor Daniel Pennac que, ao criar os direitos
do leitor, pretendeu resgatar o prazer pela leitura, não aquela leitura
obrigatória porque a leitura não suporta o imperativo.
Direitos do leitor
1. O
direito de não ler.
2. O direito de pular páginas.
3. O direito de não terminar um livro.
4. O direito de reler.
5. O direito de ler qualquer coisa.
6. O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível).
7. O direito de ler em qualquer lugar.
8. O direito de ler uma frase aqui e outra ali.
9. O direito de ler em voz alta.
10. O direito de se calar.
2. O direito de pular páginas.
3. O direito de não terminar um livro.
4. O direito de reler.
5. O direito de ler qualquer coisa.
6. O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível).
7. O direito de ler em qualquer lugar.
8. O direito de ler uma frase aqui e outra ali.
9. O direito de ler em voz alta.
10. O direito de se calar.
Então,
fica aí o nosso convite: vamos, cada vez mais, entrar com as crianças no mundo
encantado da fantasia!
Elba Gomes
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