Todo dia é dia de ler, mas temos um
dia dedicado à leitura. Nada de mais, quando se considera que a leitura é uma
prática que, apesar de ter sofrido grandes mudanças desde os primórdios até a
atualidade, transformou-se e transformou a sociedade.
Mas, saindo do plano histórico-didático e sem levar
em consideração o atual estágio em que se encontra a leitura no Brasil, é importante
que se entenda que essa atividade deve ter como motivação primordial o prazer.
É sabido que vários são os objetivos
da leitura, mas, entre eles, salta aos olhos que “ler por prazer” é o que
transforma o indivíduo em leitor. Nada se compara à aventura de circular entre
livros, de poder escolher um deles ou, quem sabe, ser escolhido por eles, achar
um cantinho, seja em casa, na escola, na biblioteca ou na livraria, e
empreender uma viagem paralela a outros mundos.
E o que dizer da paixão pelos livros,
do encantamento pelos personagens que circulam
pelos reinos da fantasia ou da realidade? Quando o amor pelos livros vem
desde a infância, ele vem num crescendo e se transforma em paixão incurável. E
o livro passa a ser o interlocutor permanente, o amigo inseparável.
Para Adélia Prado, “a vida está
pulsando ali, o livro faz parte da casa, da comida, da experiência, da
maternidade, do cotidiano”. Com base nessa declaração, pode-se afirmar que não
há idade para a leitura. O importante é que ela seja cultivada desde a primeira
infância, pois, como processo contínuo, perdurará por toda a vida, não
importando se quem lê é criança, jovem, adulto ou idoso.
E, falando de infância, eis aí o
semeadouro, o terreno fértil para se plantar as primeiras sementes da leitura. Que
os livros estejam em qualquer lugar: nas estantes, sobre qualquer móvel, nos
quartos, nas cozinhas, nos banheiros, no quintal. Que as crianças leiam sentadas,
deitadas, no chão, na cama. Que as crianças leiam somente o título do livro, ou
apenas uma página. Que as crianças leiam
histórias pequenas ou grandes, mas que leiam com prazer. Que as crianças se
inebriem de leitura, seja poema com sua musicalidade e rima, sejam as histórias
encantadas de príncipes e princesas, reis e rainhas, fadas, bruxas e duendes,
animais e gente, castelos e reinos encantados.
Que venham as leituras, muitas,
fecundas, vigorosas, vibrantes, apaixonantes, instigantes, sedutoras... Que a
leitura possa transformar brasileiros em leitores!
Elba
GGomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário