Sim, as
férias acabaram... que pena! Mas ainda bem que vêm outras por aí. Daqui a pouco,
as férias escolares estarão de volta e muitos pais aproveitarão para curtir o
seu merecido descanso também.
Imagino que, por esses dias, os mais previdentes estejam planejando onde estas férias
acontecerão, talvez já tenham comprado as passagens, realizado as reservas para
hospedagem e programado os passeios que farão. Isso é bom. Parabéns! Agora faço
uma pergunta: já calcularam os recursos financeiros para isso?
Os
profissionais liberais, com certeza, se preocuparam com a pergunta, mas aposto que
os assalariados responderam que não precisam se preocupar, pois vão usar o 13º
salário e os abonos de férias para isso. Ótimo. Profissionais liberais e
assalariados, lembrem-se de que já existem em nome de vocês, além da viagem de
férias, contas que vocês talvez não estejam se lembrando, mas que estão em seus
nomes há muito tempo: festa e presentes de Natal; festa de Réveillon; revisão e seguro do carro; matrícula, uniforme e
material escolar; IPTU; IPVA e, fechando o ciclo, em abril do ano nem tão novo
mais, o pagamento do imposto de renda. Ufa! Quanta despesa...
Peço
desculpas por tê-los assustado e tirado vocês dos devaneios que as últimas
férias trouxeram. E para me redimir, quero dar uma boa notícia: todos esses
gastos que citei podem ser planejados. Sim, eles não são “gastos extras de
fim e início de ano”, como muita gente insiste em chamá-los. São gastos
normais, perfeitamente planejáveis, pois todos sabem que eles ocorrem todos os
anos.
Infelizmente,
a maioria das pessoas não faz reserva financeira para realizá-los pois conta com o pobre coitado do 13º salário para isso. Esquecem que o 13º é usado,
normalmente, para quitar dívidas acumuladas ao longo do ano, causadas pelas
mesmas despesas citadas; portanto, ele é insuficiente. Assim, vocês acabam por custear
as despesas futuras em “módicas prestações” que, em alguns casos, duram até a
nova enxurrada de gastos do ano seguinte, criando um processo que se
retroalimenta, e assim raramente sobra dinheiro para investir.
Como mudar
esse quadro?
A minha
sugestão é trocar a atitude de “investir o que sobra” para calcular e separar o
que se precisa "investir e gastar o que sobrar”, pagando primeiro a vocês mesmos.
E isso é muito simples e prazeroso.
Voltemos às
férias: verifiquem o custo da hospedagem e do transporte, seja ele qual for; calcule
o valor da alimentação, incluindo os lanchinhos e sorvetes; os preços dos
passeios, das lembrancinhas que queiram trazer para alguém e tudo o que vocês
lembrarem que resultem em custos. Somem tudo. O resultado é o valor necessário
para as férias.
Em seguida, calculem
o número de meses que faltam até a data da viagem. Verifiquem a rentabilidade média
mensal de algum produto financeiro que atenda a seus critérios de prazos e
riscos e, com esses dados, calculem quanto vocês precisam investir por mês para
atingir o valor calculado. Caso tenham dificuldades com as contas, existem
diversos planejadores financeiros online
disponíveis na internet. Indico o Librattum (www.librattum.com.br). Por fim, verifiquem
se o valor mensal encontrado está dentro das suas reais possibilidades e, se não
estiver, façam ajustes, até que o valor se encaixe em seu orçamento. Invistam
esse valor mensalmente e depois curtam as férias com dinheiro no bolso.
Ao
retornar das férias, refaçam os planos para a próxima. Já que aprenderam e
estarão com a “mão na massa”, façam a mesma coisa para todas as demais despesas
futuras e os sonhos, incluindo a tão desejada independência financeira para a
aposentadoria. Verifiquem se os planos estão de acordo com as suas reais
possibilidades. Se não estiverem, façam ajustes, até que eles se encaixem em
seu orçamento, que deve ser revisto frequentemente.
Somem os
valores encontrados e invistam regularmente para atingir os objetivos traçados.
Com isso, vocês terão o dinheiro para pagar tudo à vista, tendo liberdade
financeira que a vida sem prestações traz, permitindo, inclusive, mudanças de
planos no momento que desejarem ou necessitarem. Boa sorte!
Rogério Olegário do Carmo
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