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sexta-feira, 15 de março de 2013

Divulgar emagrece: seja um divulgador você também!



Está comprovado. Divulgar emagrece, enrijece músculos e exercita a paciência.

É mesmo uma profissão de risco, raça e adrenalina. Exige noções de psicologia, educação, oratória, artes circenses, artes cênicas, artes marciais, neurolinguística, moda, bom senso, gastronomia, trânsito, filosofia, teologia, física quântica... Ufa! Haja criatividade e jogo de cintura.

Como vou muito às escolas acompanhado por divulgadores, quero contar algumas curiosidades, manias e características de algumas figurinhas carimbadas:

- Conheço um divulgador que usa uma camiseta popular para dirigir e uma camisa de grife para entrar na escola. Uma vez, ele dirigiu de chinelos até o estacionamento. Daí, retirou dois sapatos bem engraxados de um saco plástico e os calçou. Entrou como um lorde na sala da coordenação.

- Conheço uma divulgadora que fala tanto, mas tanto, que não dá brecha para ninguém pensar. Ela pergunta e ela mesma responde. E como vende!

- Existe um divulgador, muito simpático e tagarela, que cumprimenta até os cachorros da portaria. Aliás, ele tem uma memória de elefante, sabe o nome de todos os porteiros das escolas. E vende livro como pãozinho fresco!

- Por outro lado, conheço uma divulgadora que fala o essencial, a presença dela preenche o ambiente de paz. Ouve tudo o que os outros têm a dizer. Depois, em poucas palavras, dá o seu recado. É batata! Sempre consegue o que quer.

- Uma vez, um divulgador me levou a uma escola por engano, no outro extremo da cidade. Curiosamente, a coordenadora dessa escola nos fez uma proposta: se eu me apresentasse para os seus alunos, ela faria uma adoção no bimestre seguinte. E cumpriu a palavra. O melhor de tudo foi que a coordenadora da escola para onde deveríamos ter ido ficou aliviada e comentou conosco que havia cometido um erro ao agendar a atividade em semana de prova. Apenas me pediu para autografar os livros dos alunos e educadores. O divulgador distraído e eu rimos e nos cumprimentamos.

- Geralmente, as divulgadoras usam protetor solar para dirigir e têm água, frutas, barras de cereais, balas, lenços de papel, agulha, linha e uma perfumaria no carro. Já os divulgadores suam como cascata e costumam ter desodorante, água e balas no carro, mais nada. Mas os divulgadores adoram parar em padarias para beber suco, cappuccino ou pingado, comer um pão de queijo ou um pão com manteiga na chapa. Quanto às divulgadoras, preferem saciar a sede e a fome na escola.

Enfim, sair com um divulgador, é, com certeza, deixar a monotonia de lado, pois algo inesperado e mágico sempre acontece. Aliás, de que adianta escrever e editar livros se não há quem os divulgue? Agora, cá entre nós, uma editora sem divulgador é como um carro sem motorista. Não sai do lugar, não é mesmo?

Bem, fica registrada a gratidão que todos os profissionais do livro e leitores têm para com esses imprescindíveis parceiros.

Saúde e felicidade aos divulgadores!

Amigavelmente.

Jonas Ribeiro, escritor

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